sexta-feira, 4 de junho de 2010

A vida é feita de som e fúria

tenho em mãos uma edição antiga da DJ MAG com uma reportagem super interessante escrita pelo nosso modesto revolucionário Dudu Marote, onde ele cita o título como "A vida é feita de som e fúria. Não apenas leia, mas escute o que esse manifesto diz."

" Porque Gui Boratto poderia ser apenas um produtor de música muito comercial, como foi durante muitos anos. Eu sei lá se foi em São Francisco, onde morou por um tempo, ou em São Paulo mesmo, ou se quando a filha nasceu, mas algo disse a ele: é necessário fúria. foi esse o momento em que Gui deixou de ser apenas um maestro do Logic e da síntese subtrativa e resolveu ser Gui Boratto. E o que é Gui Boratto? Eu ja ouvi as mais definições. De driblador das tendências até o pejorativo emotechno. Gui Boratto inventou o próprio som e, mesmo contra toda a corrente que nunca o aceitaria como produtor de sucesso no começo da carreira, foi lá e THÉNG!, bateu o sino. E bateu o sino. E bateu o sino. É o som. É a fúria. [...]

Porque fazer música é muito mais do que junta alguns beats. Muito mais do que remixar o artista favorito. Muito mais do que achar um sample genial. Fazer música, especialmente música eletrônica, é fazer as pessoas sentirem emoções profundamente. [...] Pra isso, é fundamental soar único. Pode até se aproximar de uma família de sons e de produtores para se encaixar nos sets dos DJs, mas você só vai se destacar se soar apenas como você mesmo. [...]

Toque, mesmo sem saber tocar. Conheça a história da música eletrônica e de produção. Os sons podem tanto ser aqueles 8 bits vindos do jurássico computador Commodore Amiga, como um super hitech, vindo da sensacional bateria do Logic Ultrabeat. Não fique apenas nos patches de fábrica. Não adianta escolher na Ultrabeat o kit "House" e mandar ver. Isso qualquer mané faz. Tu é qualquer Mané? [...]

Quando for gravar você mesmo tocando, não censure as suas idéias, Grave, grave, grave, grave e improvise, não pense se funciona. Vá tocando e gravando. Só edite no dia seguinte. Ou dali a algum tempo. Só quando se soltar totalmente, você vai chegar ao seu mais íntimo "eu" e, finalmente, chega a uma idéia que valha alguma coisa. [...] Os peixes grandes não são fáceis de pegar. Você demora a pegá-los, tem que saber as técnicas e tem que ir bem no fundo. Porque um track, uma faixa, uma música, pode ser muito mais do que um track, uma música. Enfim, seja você mesmo e despeje toda sua fúria no seu sequenciador fovorito."

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